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Abril 2018 Nº330

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Página da central de trade-in da Best Buy

Você já olhou para o seu notebook com olhos de quem está louco para trocar por um novo? Pois bem, pode tirar essa ideia da cabeça, porque trocar um equipamento eletrônico fora de linha por um modelo novo, mesmo arcando com a diferença de preço (procedimento conhecido como “trade-in”) ainda está fora de cogitação no Brasil.

É vergonhoso dizer isso, mas é verdade: o País está cheio de oportunidades para aplicar a logística reversa, mais não coloca em prática. Prefere conduzir o assunto como um conceito acadêmico e restrito a embalagens e produtos químicos. Nem as grandes empresas que já colocam em prática o trade-in em seus países de origem, repetem o feito no Brasil. E se o fazem, optam por edições limitadas, tanto em tempo quanto em modelos.


Tenho uma impressora multifuncional da HP e precisei comprar novos cartuchos, já que os antigos secaram. Os preços de um cartucho novo (acima de R$ 100 cada) me forçaram a pensar na possibilidade de comprar uma impressora nova (R$ R$ 200 em média). Um amigo me lembrou dos programas de trade-in da HP. Acessei o site, mandei e-mail e finalmente descobri que, além de mal divulgado, o trade-in só funciona para modelos top de linha, bem acima de R$ 200, ou seja, inviável.


Instigado, visitei o site de outras fabricantes de impressora e não encontrei nada sobre serviços de trade-in. Na HP, pelo menos, existe um link no site para a página de reciclagem de materiais, na qual a empresa se prontifica a retirar na casa do cliente a impressora descartada.


Mas, como quem não quer nada, resolvi visitar os sites de compra norte-americanos, como o Best Buy, similar ao Submarino ou a Lojas Americanas. No próprio site da rede existe uma central de trade-in, onde o cliente pode fazer novas compras com desconto em troca de produtos antigos. Isso não só move a economia como fideliza o cliente à marca e à varejista. É só pensar: “se eu tenho um Ipod de 8G e quero um modelo novo de 32G, não vou comprar um Sony, vou optar por um Ipod mesmo, mas com desconto”. É menos lixo indo para os aterros, menos baterias de lítio agredindo o meio ambiente, mais clientes satisfeitos com o produto.


Mas o que parece é que as empresas de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, têxtil e o próprio varejo ainda não enxergaram os benefícios que o serviço de trade-in traz para o mercado e a cadeia de abastecimento como um todo.


Um amigo fotógrafo trocou sua câmera profissional por um modelo melhor, ambas as máquinas são fabricadas pela Canon, no entanto, a bateria de uma não serve na outra. Embora pertençam à mesma categoria (a de máquinas profissionais), funcionam com bateria de tamanho diferente.

 

Como isso pode acontecer? Ou seja, aquela bateria antiga que meu amigo garante ainda estar funcionado deve ir para o lixo? Como uma empresa pode não pensar no volume de lixo químico que está gerando com essa “pequena” mudança. Pior, nem a própria Canon divulga a forma correta de descarte ou oferece um serviço para recolher esses resíduos. Mesmo que possua esse serviço, infelizmente ainda não está claro ao consumidor e isso, sem dúvida, é a mesma coisa que não ter.


Ontem, por exemplo, a Drogaria São Paulo divulgou, e em tom comemorativo, que recolheu 100 toneladas de pilhas e baterias usadas. “Perae”, a Drogaria fez o quê? Isso mesmo, precisei voltar e ler o press release para constatar que realmente a farmácia está fazendo o recolhimento de baterias, quando quem deveria fazer isso era o varejo que comercializa produtos eletrônicos ou que vende essas baterias. Sinto que tem algo errado nesse processo, que só me conduz a seguinte questão: cadê a tão falada logística reversa? No livro?

 

*Mauricio Miranda

 

 

 

 

 

 

 

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