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Abril 2018 Nº330

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Carrefour adota tecnologia para sincronização de dados que integra varejo e fornecedores, evitando espaços vazios nas gôndolas

 

Tudo começou quando a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) sugeriu a aplicação de uma nova solução, já conhecida pela Europa e Estados Unidos, chamada GDS (“global data synchronization”). O comitê de inovação e tecnologia da associação resolveu que o método de sincronização, que já dera certo fora do País, podia ter uma chance por aqui.

 

Para isso eram necessários dois voluntários: um do varejo e outro da indústria. O Grupo Carrefour, rede de supermercados que conta com mais de 15 mil lojas no mundo, já havia adotado com sucesso o GDS em outros países, como Taiwan, Malásia e a própria França, berço do Grupo, enquanto a 2ª maior operação da empresa no mundo, o Brasil, ainda utilizava métodos antigos e demorados para enviar e receber dados de fornecedores. Com isso, a rede varejista se candidatou a ser a primeira a aplicar o conceito por aqui. Por outro lado, na indústria, foi a vez da L’Oréal, SC Johnson e Procter & Gamble, que também utilizam o modelo fora do País, aderirem.


Com o primeiro passo definido, o Carrefour foi buscar uma empresa que fizesse a validação e sincronização dos dados. Encontraram a Neogrid, representante exclusiva no Brasil da “1 Sync”, provedor global de soluções para GDS. O processo, na teoria, é bem simples: o fornecedor atualiza seus itens no data pool (centralizador de dados de produtos), eles são validados pelo GS1 (sistema de identificação único que valida as informações) e sincronizados ao data pool do varejo. O maior desafio então é a mudança de cultura.

 

A Neogrid, que tem acompanhado todo o processo entre o Carrefour e seus três fornecedoresm, sugere às empresas fazer uma revisão em todo o seu cadastro de produtos. “Não adianta sincronizar dados que estejam com baixa acuracidade. Eles se tornarão lixo em alta velocidade”, afirma Sven Imfeld, gerente de produtos da Neogrid. Ele explica que existem muitos dados na indústria com baixa qualidade, principalmente nas dimensões.

 

Quando o fornecedor cadastra seus produtos, ele deve especificar peso, largura, etc. Se algum desses dados estiver incorreto, irá gerar problemas no transporte, armazenagem e disponibilização nas gôndolas. “O benefício total do projeto só é obtido se isso (revisão de dados) for feito, por mais trabalhoso que seja.”

Existem duas maneiras de cadastrar os produtos para serem sincronizados com o varejo. Um deles é por meio de um portal na web que o fornecedor acessa e lança um novo item, ou atualiza os existentes. Esse método é utilizado apenas por empresas que tenham até 50 itens. Quando esse número é maior (no caso da L’Oréal são 3.000 itens), a sincronização é automática. A partir de uma alteração no ERP (“enterprise redource planning”, software de gestão empresarial) da indústria, um processo automático é disparado, gerando um arquivo que a solução da Neogrid captura e manda para o varejo.

O GDS deve trazer diversos benefícios para o varejo, e o principal deles é a diminuição de rupturas, que ainda é ssignifica no Brasil. Além disso, o GDS diminui em 25% o tempo de cadastro de produto pelo varejo e reduz de 14 para sete dias o “time to market”, ou seja, tempo gasto entre o produto ser cadastrado no ERP no fornecedor até sua chegada nàs gôndolas. Desde o começo do ano, quando o projeto foi iniciado com essas três empresas, já diminuíram os retrabalhos dos fornecedores também. Os pedidos errados caíram de 9% para 2%, e o tempo de criação de um novo item baixou 75%.

O Carrefour, que conta atualmente com cerca de 3.000 fornecedores, deve terminar 2011 com 1.250 fornecedores sincronizados e em 2012 planeja estender o processo para o restante deles.

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